segunda-feira, 18 de junho de 2012

Camilo Castelo Félix e Tereza de Jesus Montenegro Matos (Aleluinha)



CAMILO CASTELO FÉLIX

Nosso homenageado de hoje é um dos mais dignos homens de Itapajé. Seu nome: CAMILO CASTELO FÉLIX. Nasceu em 23 de novembro de 1920, filho adotivo de Raimundo de Araújo Bastos, Mundim, e Hilda Ibiapina Bastos. Seus laços biológicos vêm de Joana Ferreira Félix, originária de Vila Velha, Itapipoca. Com tenra idade, somente 4 anos, Camilo passou a morar com Mundim e Hilda, sendo considerado como filho.
Desde muito cedo começou a receber as influência de seu pai, Raimundo Araujo Bastos – Mundim Bastos, a “Velha Raposa”, epíteto recebido em função da grande habilidade em “costurar” acordos políticos. De sua mãe, dona Hilda Ibiapina Bastos, herdou a prudência e habilidade de bem se relacionar com as pessoas. Do “Velho farmacêutico”, Sr. Mundim, no entanto, assimila os aprendizados que lhe tornaria um dos mais competentes farmacêuticos de Itapajé.
Desde muito cedo, convivendo em ambiente em que, por falta de médicos, Sr. Mundim era como um deles, pois aprendera a manipular fórmulas, seguindo criteriosamente os manuais da Farmacopéia Brasileira. Nesse ambiente de prestação solidária de serviços aos mais carentes Castelo, forma carinhosa que seus mais achegados o tratava, aprendeu também o ofício da manipulação de medicamentos. Com o tempo foi aperfeiçoando a arte de “aplicar injeções”, função que o tornou ainda mais conhecido na região.
Ainda muito jovem, em sociedade com seu irmão Jauro Bastos, outro dos filhos de Mundim e Hilda, fundam uma farmácia. Nessa tem a oportunidade de especializar-se em “indicar remédios”, devido a sua grande inteligência e determinação. A partir daí, sua vida transformou-se em verdadeiro sacerdócio. Essa é a função que os “grandes Homens”, os iluminados por Deus recebem.
Outros, um pouco antes de Castelo já haviam desempenhado, também, essa tão sublime missão: Ajudar ao próximo, especialmente o mais carente. Citem-se: Mundim Bastos; Aristóteles Carneiro; Theophita Bastos; Teófilo Ramos; Tiago, da Assunção; Georgina, Teinha e Chiquinha Firmo, mãe de Orleans Pinto de Mesquita e mulher de José Firmo de Mesquita e tantos outros filhos que prestaram tantos serviços a comunidade de Itapajé.
Infelizmente a comunidade de Itapajé, mostra-se míope, pois enxerga, quase sempre, somente valores atuais, esquecendo de outros tão importantes personagens de nossa história, que também prestaram relevantes serviços à comunidade. Como vimos na postagem anterior a esta, nada se fez para homenagear o filho ilustre: Antônio Diogo de Siqueira. É UMA PENA!
Camilo casou-se em 03/09/60, com Teresa de Jesus Matos Félix, nascida em 25/01/1927, filha de Francisco Evangelista de Matos e Maria Deolinda Montenegro Matos. Ele nascido em 25 de abril de 1883. Casou em 18 de outubro de 1910 com Maria Deolinda Ribeiro Pessoa Montenegro, de Santana do Acarau; filha do Coronel João Ribeiro Pessoa Montenegro e de Tereza Aleluia Pessoa Montenegro. Posteriormente o casal João Ribeiro e Deolinda, passou a residir em São Francisco da Uruburetama, a convite do Coronel Neutel Pinheiro Bastos.
Yolanda Montenegro, em seu livro sobre a genealogia dos Montenegro, assim se refere a Deolinda:
MARIA DEOLINDA MONTENEGRO MATOS. Tia Dola foi uma matriarca silenciosa. Diferente das irmãs que davam belas gargalhadas, ela apenas sorria. Meiga, delicada, rodeada de filhos homens, fortes, grandes, barulhentos e espirituosos, ela era uma figurinha de santa antiga.
Teve uma única filha mulher. Seu marido, igual aos filhos era bem alegre, bem humorado, riso fácil. Era realmente, uma família muito especial, uma casa festiva, onde reinava a alegria mesmo nas dificuldades da vida. Casou-se com Francisco Evangelista de Matos, filho do Cel. Joaquim Alexandre de Matos e de Josefa Rodrigues de Matos.
Tio Chiquinho era fazendeiro em Itapajé e proprietário de uma caieira que supria de cal ao comércio de construções local e arredores. Há muitas histórias engraçadas ligadas a essa caieira e aos problemas das fazendas "Acauã" e "Baixa Grande".
Sem falar dos acontecimentos nas moagens da fábrica de cachaça. Dessa união nasceram oito filhos: José, João, Joaquim Alexandre, Raimundo, Francisco, Afonso de Ligório, Antônio e Tereza Aleluia de Jesus - (Teresa de Jesus de Matos Felix (Aleluia, 25-01-1927/08-12-2009). Esta última é casada com Camilo Castelo Félix, farmacêutico renomado e que muito serviço presta aos seus amigos e conterrâneos de Itapajé. Castelo, como é tratado por seu milhares de amigos, merece destaque especial neste livro, dado sua importância para esta nossa querida Itapajé. Da união entre Aleluinha, modo carinhoso que seus amigos a tratam e Castelo, nasceram 3 filhos: Rita de Cássia Matos Félix, nascida em 06/09/1961; Hilda Maria de Matos Brito, nascida em 14/12/1966 e Francisco Alexandre Matos Félix, nascido em 30/01/1964.”.
Hélio Pinto em seu livro: A Genealogia de Itapajé diz: “Castelo foi sem dúvida, uma das personalidades mais marcante de Itapajé. Da década de 40 até seus últimos dias, sua presença se fez sentir nas mais diversas atividades.
Dotado de grande espírito humanitário, granjeou amizade das mais variadas camadas sociais. Futebolista, integrando por varias vezes a seleção municipal, admirado até por adversários, dado sua postura esportiva.
Ajudante na farmácia do Sr. Mundinho, depois na do Jauro, adquiriu conhecimentos para tornar-se um excelente enfermeiro, sempre disposto a atender aos mais necessitados. Tornou-se proprietário de sua própria farmácia, onde atendia a todos que solicitavam seus conhecimentos. Castelo era um ser iluminado, Deus o tenha, meu caro amigo”.
Castelo foi um dos sócios do antigo Clube Progressista, fundado em 1903 e funcionou em uma casa hoje onde funciona a padaria de José Eudes Carvalho de Castro, em frente a agência do Bradesco, na antigo Rua Hermógenes de Oliveira, atual Rua Dom Aureliano Matos.
Era uma espécie de escola para adultos. Na década de 50 - (não foi possível identificar exatamente a data), as seguintes pessoas faziam parte, como associados (diretores, sócios contribuintes, beneméritos e honorários).
 Esse clube foi fundado por João Ribeiro Pessoa Montenegro Filho, nascido em 15 de janeiro de 1882, filho de João Ribeiro Pessoa Montenegro, o tabelião. Ao voltar à cidade de São Francisco, com 21 anos, em 1903, juntamente com amigos, dentre eles, Ricardo Carneiro Filho, J.M. Ferreira Gomes e outros, fundaram um grêmio, onde pretendiam alfabetizar rapazes do comércio local da pequena cidade de São Francisco e dar-lhes mais conhecimento geral e de vida, onde também havia lazer como tertúlias e outras promoções.
Este Clube funcionou como uma verdadeira escola por muitos anos e com diferentes diretorias. Como já referido, possivelmente, na década de 50, as seguintes pessoas pertenciam a seu quadro de sócios: CANDITADOS A DIRETORIA - Israel Bastos Carneiro - (filho de Aristóteles Alves Carneiro), para Presidente; Raimundo Gentil Rocha, Vice Presidente; José Jauro Araújo Bastos, Tesoureiro; José Aírton Rocha, 1.º Secretário; Edmar Urano de Carvalho - (Coletor Federal), 2.º Tesoureiro; Isac Sombra Rodrigues, Consultor Jurídico; João Antônio de Lima, Orador Oficial; José Maria Barbosa Lima, Bibliotecário; A Diretores candidataram-se: Jurandir Araújo Chaves; Álvaro Otoni de Assis Bastos; Alcides Sales Bastos; Orleans Pinto de Mesquita; Vicente Rodrigues de Sousa; José Fernandes de Oliveira, Raimundo de Araújo Bastos, Sr. Mundim.
O quadro de associados era composto de Sócios: Contribuintes, Beneméritos e Honorários. Abaixo alguns de seus representantes: Aristóteles Alves Carneiro - (historiador); Raimundo Araújo Bastos; Manuel Luís da Rocha; Mariano Amâncio da Rocha; Pedro Rocha Sobrinho; Euclides Ferreira Gomes; Raimundo Marques de Sales – Coquinho, pai de José Maria Sales; Francisco Marques de Sousa; Jesuíno Pinto de Mesquita; José de Araújo Bastos; Júlio Pinheiro Bastos; Manuelito Rocha; Clóvis Álvaro Bastos; Juvêncio de Paula Bastos; José Humberto Pontes; Edson Bastos Carneiro; José Gusmão Rocha – (Nereu); Francisco Moreira de Sousa; Otávio Coelho de Araújo - (irmão de Messias Coelho); Antônio Belo; Amarílio dos Santos; Francisco Teixeira Braga, (capitão Braga), sócio honorário; Orestes Marcelino de Castro; Eustáquio Sales Peixe; Odilon Ferreira Gomes; José Judith Moreira; José Martins de Sales – (Zeca Martins - comerciante e exportador de peles de animais); Letácio Alves Carneiro - (primo de Aristóteles Alves Carneiro); Euclides Melquíades Vieira; Raimundo Magno Bastos, Osmundo Bastos; José de Arimatéia Pinto – (Bita); Antônio Custódio de Mesquita; Napoleão Bastos - (irmão de Venusta, Hilda Ibiapina Bastos, casada com Mundim Bastos; Filó; Theofita, casada com Aristóteles); José Eudóxio Pinto.
Outros sócios: João Ribeiro Pessoa Montenegro Filho; Major Francisco Ribeiro Pessoa Montenegro; Hugo Carvalho Rocha Lima, Advogado - (em 2001, foi procurador do estado do Ceará); Raimundo Carvalho Lima - (pai de Dr. Hugo Carvalho que exerceu o cargo de juiz em São Francisco de Uruburetama, na década de 30), todos esses eram Sócios Beneméritos.
Os principais sócios honorários eram: Padre José Theógenes Gondim; Padre Francisco de Assis Portella; José Aristóteles Gondim, Coletor Estadual. Alguns dos Sócios Contribuintes: Francisco Alves Pereira – (Chico Catingueira, sobrinho de Chico Valdivino); Luís Gonzaga Saraiva, coletor Estadual; Edmar Teixeira Vieira, médico; Luís Teixeira de Alcântara, Juiz de Direito; Celestino Moreira Alves de Barcelos - (Agrimensor); Esmerino Ferreira Gomes; Antônio Ferreira Gomes; Antônio Felinto Bastos; Antônio Gomes Cavalcante, Toinho; Raimundo de Paula; Júlio Ferreira Gomes; Josias Bastos; João Ferreira Gomes – (industrial); Francisco Araújo Chaves - (pai de Jurandir, Maurício, Oribe); Osmar Araújo Bastos; Camilo Castelo Félix; Gerardo Melquíades; Raimundo Nonato Rocha, casado com D. Chiquinha Rocha, genitores de Sidney Cunha Rocha e outros; Aprodígio Marcelino de Castro; Francisco Sinuca Matos; Francisco Rocha Matos; Antônio de Castro Lima – (Tabelião, Cartório Civil, na Rua Major Barreto, em frente a casa do Sr. Dico Antunino - (Raimundo Alves de Oliveira); Manoel Marques de Sales – Manelim, comerciante; Teobaldo e José de Araújo Chaves Neto – (Zezé Chaves, um dos principais “comunistas” de Itapajé, juntamente com Alcides Sales, e outros).
Castelo foi também um líder político. Nas eleições de 1983/86, candidatou-se a vereador e “inventou”, o que conhecemos, ainda nos dias de hoje (2012), a Origem da expressão “Os Pebas” e os “Cachorros” de Itapajé, conforme veremos abaixo:
“Durante a campanha a prefeitura municipal de Itapajé, do candidato Raimundo Vieira Neto (1983-1986), que disputava o cargo de prefeito, contra Luis Gonzaga Saraiva, em seu último comício, no Alto do CSU, a multidão era imensa, muitos acreditavam que Vieirinha seria o vencedor. No palanque encontravam-se todos os candidatos, inclusive os que disputavam os cargos de vereadores.
Quando foi chamado para seu discurso, o candidato Camilo Castelo Félix resolveu “ensinar” seus eleitores a votar bem. Pediu a todos que ensaiassem com ele uma nova música que fizera, para melhor identificar o local na chapa de votação, em que se encontrava o nome de Vieirinha, que ficava no primeiro quadrinho da chapa. A letra da música dizia: “Cadê o peba? Tá no buraco. Tá no cima? Não! Tá no debaixo”, com isso, Castelo queria dizer que os “Pebas”, seus adversários, achavam-se no quadradinho debaixo, e para o eleitor não se confundir, passava a chamá-los de pebas. Ocorre que o feitiço virou-se contra o feiticeiro, e todos, a partir dai, passaram a identificar o grupo político comandado por Vieirinha, de “Pebas”. Sabendo do ocorrido o grupo comandado por Luís Saraiva, passou a intitular-se de “Os cachorros”. Até hoje, muito se lembram desse estranho episódio.
Castelo foi, segundo o genealogista de Itapajé, Hélio Pinto, um grande jogador de futebol. Defendeu por diversas vezes a Seleção local e também, acredito eu a excepcional equipe do AJATO F.C..
Castelo faleceu em 03-04-2009. Aleluia sua amada esposa nasceu em 25 de janeiro de 1927 e faleceu em 08-12-2009, ambos inumados no Cemitério de Itapajé.


Ribamar Ramos
Boa noite / Bom dia!


FRASE DO DIA
"Que nada de falso seja dito, nada de verdadeiro seja omitido, nada de suspeito seja escrito e nada seja simulado". Cícero.

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